A Salsa nasceu na Ilha de Cuba, mais propriamente em
Havana, no interior dos famosos cabarets cubanos, na década de 40. Ela é
uma mescla de vários temperos musicais, daí ser batizada com o termo
que se refere aos condimentos gastronômicos que dão mais sabor ao alimento.
Ela une sua musicalidade básica, o son cubano, ao mambo e à rumba, provenientes também de Cuba, à bomba e à plena,
originários de Porto Rico, ao samba brasileiro, enfim, compõe-se de uma
fusão de vários ritmos afro-caribenhos, pois é igualmente inspirado
pelo merengue que irradia da República Dominicana, pelo calipso que
chega direto de Trinidad e Tobago, pela cumbia tipicamente
colombiana, pelo rock enviado dos EUA e pelo representante jamaicano, o
reggae. Versátil, atualmente ela aceita cadências mais recentes como o
rap ou a música eletrônica.
O son cubano, esteio rítmico da Salsa, teve sua
origem na área rural de Cuba localizada na porção oriental da ilha, em
meados do século XVIII, marcado pelo influxo das cadências hispânicas,
francesas e africanas. Essa mistura explosiva transformou-se logo em sucesso
estrondoso nas cidades, em princípios do século XIX. Sua entrada
triunfal na capital cubana se deu em 1909, através dos soldados do
exército cubano. Mas é apenas na década de 20 que surge o Sexteto
Habanero, conjunto que se destaca no estilo que se diferenciaria do som
original.
Despontam no cenário musical, nesta mesma época, outras
bandas, como o Septeto Nacional de Ignácio Piñeiro, nascido em 1927, o
famoso Trio Matamoros, criado em 1925, que legou sucessos
como El son de La Loma, El que Siembra su Maiz, La Mujer de Antonio e
Lágrimas Negras, entre outras, aos amantes da salsa. Neste momento ainda
se utilizam como instrumentos: Contrabaixo, Três (guitarra que tem três
pares de cordas), Guitarra, Cravo, Maracas, Voz e um Trompete, que é
opcional.
Mas logo surge na década de 40 o músico Arsênio Rodríguez, que
imediatamente muda a forma consagrada do septeto e adiciona ao seu
conjunto o piano, a tumbadora e três ou quatro trompetes, aproximando
este formato ao dos dias de hoje. Na década de 50 ele segue para Nova
York e cria outra orquestra, prenunciando o futuro movimento salseiro
dos EUA. Este é desencadeado pela união de alguns rapazes em grupos
juvenis musicais que passam a misturar diversas sonoridades que compõem
um certo tempero latino-americano.
Este ritmo estréia oficialmente em terras norte-americanas no hotel
Saint-George, no Brooklyn, bairro de NovaYork, em princípios da década
de 70, com a apresentação do conjunto Lebron Brothers, migrantes
porto-riquenhos, que encantou a platéia dos EUA. Daí este movimento se
disseminou por todos os grupos da América Latina residentes em solo
americano, para Porto Rico, seguido de Cuba, Venezuela, Colômbia e
outros países latinos. Enveredam pelas trilhas da fama músicos como Tito
Puente, Celia Cruz, Johny Pacheco e outros.
Na década de 50, a salsa atinge o auge em Cuba, com o aparecimento do
incomparável músico Benny Moré, acompanhado pela Banda Gigante. Até
hoje ele é o ícone salseiro entre os adeptos deste estilo musical.
Depois da vitória de Fidel Castro, em 1959, e do bloqueio econômico à
ilha, a salsa segue adiante em dupla jornada – no interior de sua terra
natal e fora de Cuba, especialmente em Nova York.
Com o tempo, ela se transforma em mais um produto comercial nas
terras americanas. Na década de 80 ela é praticamente absorvida pelo
merengue proveniente da República Dominicana e pela discoteca. Aparecem
então músicos como Frankie Ruiz, Eddie Santiago e Luis Henrique, que
transformam este cenário ao elaborarem uma espécie de ‘salsa erótica’,
considerada por muitos fãs uma traição ao estilo original, mas esta
modalidade mais sensual revigora, de certa forma, o ritmo salseiro.
Nesta época ela atinge inclusive o Japão, onde se forma a Orquestra de
La Luz, integrada apenas por japoneses.
Atualmente a Colômbia se destaca na produção
da salsa, com músicos como Joe Arroyo, o grupo Niche e o conjunto
Guayacán. Hoje, os mais recentes frutos salseiros são o mereng-house, a
salsa merengue e a salsa gorda.
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